terça-feira, 24 de setembro de 2013

Perdi você

Perdi você !
não para alguém,
 mas sim para algo,
Perdi você para o tempo e para o espaço.
Perdi você !
Não por ter cometido erros
Perdi você pelas minhas incapacidades e medos

Sob a solidão da luz do poste
Sua imagem invadia minha mente
Todo homem é limitado e falível
Afinal, o que posso eu fazer ?
Questionava-me incessantemente

Percorreria distâncias incontáveis
Apenas para desfrutar da companhia dos teus sorrisos
Entretanto, padeço dos meus defeitos
Por desconhecer os caminhos mais precisos.

E sendo a Lua testemunha de minhas angústias
Tratei de firmar com esta um modesto pacto.
No intuito de por fim as minhas ilusões
Quis Concretizar, por tão singelo ato
O brilho lunar como intérprete de minhas emoções.

Doravante, Sempre que quiser me encontrar
Olhe atentamente para lua
E verás ali o brilho refletido dos meus olhos
ansiosamente buscando lhe comunicar
todo afeto e consideração
que nem mesmo minhas palavras puderam expressar

Ainda assim, sinto-me sufocado
Não sei bem ao certo se me fiz compreendido
Talvez eu esteja abusando da bondade deste satélite
Talvez mesmo esteja prolongando um fim já decidido

Considero seriamente o fato de não mais lhe perturbar
Não mais levantar minhas soluções ou defeitos.
Penso em cada vez mais abrir espaço
Para que tu possas na lua definitivamente encontrar
o brilho e o amor provenientes de olhos a ti mais afeitos.


sábado, 14 de setembro de 2013

Em minha vida

“There are places I remember all my life. Though some have changed, some forever, not for better. Some have gone and some remain.”  ( In my Life, Beatles ) De fato, devo admitir que sempre tive uma relação bem incomum com o meu passado, talvez seja por isso que atualmente eu tenha uma visão tão saudosista do que já aconteceu. Frequentemente me pego pensando em uma pergunta um tanto o quanto inusitada: E se eu pudesse promover o reencontro do meu Eu de agora com o Eu de 5 ou 10 anos atrás ? E a partir deste questionamento, outras inúmeras perguntas parecem aflorar instantaneamente em minha cabeça. Como seria ?  O que aconteceria ? Infelizmente, tenho que assumir que minhas curiosidades e reflexões parecem me conduzir a um número de perguntas infinitamente maior que minha capacidade em responde-las.
Ocasionalmente, é comum depararmos com momentos nos quais temos a total certeza que lembraremos pelo resto de nossas vidas. A formatura no ensino médio, faculdade, o nascimento ou morte de alguém, primeiro carro etc. Eu particularmente já tive a oportunidade de vivenciar algumas dessas situações, e o que tenho a dizer sobre isso é que certamente não fui o mesmo Eu em todas as ocasiões. Há algo de muito complexo em nossas vidas, somos produtos de nossos passados, mas definitivamente não somos a soma de tudo o que vivemos, creio que seja porque o ser humano tem essa incrível capacidade de se recriar e reinventar a cada instante.
Se pudesse voltar ao passado, mesmo que ao menos uma vez, seria eternamente grato por reviver a beleza de momentos únicos e especiais. Reviver os tempos de infância, as brincadeiras na rua, todas as mínimas etapas que precediam minha rotina. Seria eternamente grato por poder reviver a ansiedade e a expectativa do primeiro dia de aula, as lições de sala e sobretudo, seria eternamente grato por poder desfrutar novamente das amizades já esquecidas. Por sinal, é impressionante como muitas vezes na vida conhecemos pessoas, formamos vínculos e por algumas razões somos obrigados a desata-los para sempre.
Se pudesse voltar ao passado me encantaria em ouvir de meu antigo Eu o testemunho do que já fui e as expectativas que eu tinha. Se pudesse voltar creio que aprenderia muito mais do que ensinaria. Se pudesse certamente ficaria extasiado pela oportunidade. Se(...).
Ouço as músicas que escutava, leio os textos que escrevi, vejo os lugares pelo qual passei e em todas as ocasiões embora não consiga me sentir totalmente no passado posso sentir o sabor da nostalgia e o conforto de perceber os bons momentos se reavivarem e tomarem cor e minha memória.

 Sim, começo agora a me conformar com a ideia de que talvez, de fato, consiga promover este reencontro de meus diferentes “Eu” e responder as incessantes perguntas que brotam em minha cabeça, pois se como diz o ditado “O passado mais presente é aquele que insiste em não sair de nossa mente” então posso com certeza afirmar que vivo o passado e o presente a todo o momento. Talvez mesmo eu seja um homem do passado vivendo no presente. De qualquer modo, o mais importante para mim é ter sempre a ciência que cada Eu que já fui foi igualmente importante e por isso nunca deverão ser esquecidos. 

Recalcule sua rota

Vejo que a vida tem constantemente essa capacidade incrível de nos dizer que não podemos ter tudo que queremos. E quer saber? Tudo bem. ...

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