Devo
admitir que sempre desconfiei do quão preparado psicologicamente eu era para superar
certos desafios. Não que eu me visse como uma pessoa fraca mentalmente,
simplesmente não tinha conhecimento do potencial que tinha para gerenciar
momentos de maior estresse. No final das contas, penso que o aspecto mais
importante que aprendi ,ao longo de 70 dias desse curso de formação, foi o fato
de que quando pensamento e ação não estão alinhados, invariavelmente você irá
falhar.
Certa
vez, ouvi uma frase que eu me deixou bem pensativo. “ É impossível crescer no
conforto.” De fato, apesar de aparentar simplicidade, creio que reflete
bastante o que presenciei. A verdade é que, de início, não estava nem um pouco
motivado e preparado para todo o estresse físico e mental que passaria, prova
disso é que pensei em desistir do curso já na segunda semana de aula, durante a
primeira aula prática de armamento e tiro. Em um momento de incômodo e
sobretudo, de grande irritação , por estar lançando-me ao desconhecido em um
ambiente de enorme pressão, julguei que simplesmente desistir e abandonar tudo
o que havia feito para chegar até ali seria a melhor das opções. Finalmente
estava vendo o ponto até o qual poderia chegar, e a hipótese de estar desistindo
tão fácil e rapidamente daquela oportunidade me assustava.
Acredito
que os constantes desafios que enfrentamos em nossa vida são indispensáveis
para forjar quem nós somos. Invariavelmente, somos submetidos a inúmeros
conflitos e problemas em que não são demandados soluções. Enfim, superar
adversidades nos é requerido a todo momento. No final das contas, acho que a
vida tem um jeito todo especial de nos fazer atribuir valor àquilo que importa.
O esforço é o preço da conquista, e a dificuldade é a certeza que estamos no
caminho certo.
Observo
que embora a falha seja uma possibilidade inerente a qualquer esforço, esta
jamais deve ser o motivo de nossa preocupação principal. Por experiência
própria , vejo que o medo e a pressão só nos impõe um fardo a mais a carregar,
pois infelizmente muitas vezes somos sabotados por nossa própria mente, a qual
insiste em recorrentemente nos atrapalhar. Com o fim dessa jornada, aprendi que
viver bem envolve indispensavelmente essa capacidade de se jogar de forma
contínua rumo às incertezas da escuridão.
No
final de todo esse processo, acredito que o ponto chave para domesticar meus
medos e fraquezas foi a percepção de que a dor, o suor e o sofrimento não são
sinônimos de decepção e fracasso, mas sim características de um demorado
processo de aperfeiçoamento. Afinal, é impossível crescer no conforto.
Gostei do seu texto, Ítalo! Compartilho do mesmo sentimento... No final, ficou pra mim tb a mesma lição:não se cresce no conforto!
ResponderExcluirParabéns!