sábado, 15 de setembro de 2018

Para cada lágrima, um sorriso.


    Confesso que aprecio muito o ato de refletir sobre si mesmo, de tirar um tempo de nossas vidas tão apressadas e simplesmente pensar sobre como temos nos conduzido até aqui. Nesse sentido, creio que o modo mais acertado de lidar com os desgastes e os conflitos interpessoais, que invariavelmente surgem em nossas vidas, é através do autoperdão e da busca do entendimento. Definitivamente, não há como acomodar paz interior e amor próprio em cima de ressentimentos empurrados para debaixo do tapete.
   Com o passar do tempo, a gente começa a desenvolver essa maturidade para perceber que mais importante do que estar correto é estar bem. E quando isso vem à mente, começamos a nos despir de nossas vaidades, orgulhos e mesquinharias. Começamos a perceber que vale muito mais um “eu te entendo, e aprecio o seu esforço” do que frases de repreensão.
    Após muitos erros e acertos, a gente começa a valorizar a estabilidade emocional tanto quanto a saúde física. Começamos a apreciar cada vez mais essa sensação de amor próprio que só vem quando se está em paz consigo mesmo e com o universo ao seu redor. Bom mesmo seria se pudéssemos ter chegado a essas conclusões mais cedo. De todo modo, gosto de ser grato aos erros cometidos, pelo privilégio da aprendizagem.
                Certa vez, enquanto caminhava pela rua, observei ao longe algumas crianças brincando em uma viela estreita. Ao me aproximar, perdido em algumas reflexões pessoais e certas preocupações, fui surpreendido por uma delas que, com uma máquina fotográfica de brinquedo em mãos, me dirigiu as seguintes palavras. “Moço, dá um sorriso ”. A surpresa daquela simples frase me deixou desconcertado, e enquanto ainda caminhava, esbocei um tímido sorriso.
               Talvez aquela foi a primeira vez que eu sorri naquele dia, e tão de súbito, eu percebi ali, enquanto andava, a sutileza daquele detalhe. O fato é que vivemos vidas tão atarefadas, que poucas vezes desenvolvemos essa sensibilidade para olhar ao lado e apreciar o pôr-do-sol ou desfrutar de uma boa gargalhada. Acredito que a chave para uma convivência harmoniosa e de paz interior é justamente esta percepção minuciosa do pequeno e do aparentemente banal .  
            Evidentemente, conflitos pessoais sempre existirão, porém, assim como me fez lembrar aquela criança, para cada preocupação que nos aflige, sempre haverá ótimos motivos escondidos para uma boa risada. Particularmente, acho que não há modo melhor de olhar para vida do que ser grato por absolutamente tudo.



Recalcule sua rota

Vejo que a vida tem constantemente essa capacidade incrível de nos dizer que não podemos ter tudo que queremos. E quer saber? Tudo bem. ...

DESTAQUES